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As Nações Unidas, através do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) e do Programa Alimentar Mundial (PAM), lançaram um apelo urgente à comunidade internacional para lidar com três grandes desafios que afetam Moçambique: o conflito armado, os fenómenos climáticos extremos e o agravamento das condições socioeconómicas no país.
De acordo com as duas entidades, esses problemas interligados colocaram milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar severa. A violência persistente, os estragos provocados por ciclones recentes e a seca agravada pelo fenómeno El Niño têm afetado gravemente as comunidades, com impacto particularmente pesado sobre mulheres e raparigas.
O apelo das agências da ONU surgiu após uma missão conjunta a Moçambique, liderada por Joyce Msuya, Secretária-Geral Adjunta para Assuntos Humanitários, e Carl Skau, Diretor Executivo Adjunto do PAM. Durante a visita, a delegação percorreu a província de Cabo Delgado, passando por distritos como Macomia, Pemba e Mecufi, áreas severamente atingidas tanto pela violência como por desastres naturais.
Carl Skau destacou que a situação humanitária é crítica e exige mais atenção global. “Vimos famílias destruídas pelo conflito e, logo depois, perderam o pouco que ainda tinham devido ao ciclone Chido”, afirmou. Para ele, a assistência imediata em alimentos e outros apoios é essencial, mas é igualmente urgente investir na reconstrução das comunidades, para que possam resistir a futuras crises.
As estatísticas apresentadas pela OCHA e pelo PAM mostram um quadro alarmante: a violência no norte do país forçou a deslocação de 715 mil pessoas, enquanto os ciclones Chido e Dikeledi afetaram diretamente cerca de 680 mil.
Joyce Msuya reforçou que as populações locais expressaram claramente suas maiores necessidades: paz duradoura, habitação segura e educação para as crianças.
O PAM sublinha ainda que, até ao momento, apenas 3% dos 619 milhões de dólares necessários para prestar assistência humanitária a 2,4 milhões de moçambicanos foram recebidos. Para evitar uma crise alimentar em grande escala nos próximos seis meses, são precisos com urgência 170 milhões de dólares.
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