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Pelo menos 16 pessoas ficaram feridas após a polícia moçambicana abrir fogo contra uma caravana liderada por Venâncio Mondlane, na cidade de Maputo, durante uma manifestação que decorria de forma pacífica. Entre os feridos estão também duas crianças, segundo organizações da sociedade civil que acompanharam o caso.
A ação policial foi duramente criticada por diferentes forças políticas, como o partido PODEMOS, cujo porta-voz, Duclésio Chico, classificou o episódio como um ato de abuso de poder, sem qualquer justificativa plausível. Ele destacou que a marcha seguia em clima de tranquilidade, sem sinais de confronto ou ameaça.
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), por sua vez, condenou veementemente a resposta policial, lembrando que Mondlane foi o segundo candidato mais votado nas presidenciais de 2024. O porta-voz do MDM, Ismael Nhacucue, afirmou que o uso da força foi desproporcional e lembrou que o direito à manifestação está garantido pela Constituição do país.
O incidente ocorreu poucas horas antes da assinatura de um pacto de diálogo nacional, promovido pelo presidente Daniel Chapo, com o objetivo de promover reconciliação e estabilidade em Moçambique. No entanto, partidos como o PARENA alertaram que é impossível construir a paz enquanto persistem ações violentas e repressivas por parte do Estado. Segundo André Balate, líder do PARENA, onde há sangue derramado, não pode existir paz verdadeira.
O PODEMOS também cobrou que a Procuradoria-Geral da República investigue e responsabilize os autores dos disparos. Para o partido, é inadmissível que forças de segurança, cuja função é proteger a população, sejam protagonistas de episódios de violência contra cidadãos desarmados.
As críticas reforçam a crescente desconfiança em relação à atuação do governo, especialmente após as tensões geradas pelos resultados eleitorais contestados. O clima de instabilidade e repressão levanta dúvidas sobre a efetividade de qualquer processo de reconciliação enquanto direitos fundamentais continuam a ser violados.
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