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Daniel Chapo: “A partida terminou”

Empresas acumulam dívidas de mais de 23,8 mil milhões de meticais a fornecedores externos



A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) informou ontem que pelo menos 60 empresas acumulam dívidas com fornecedores externos que totalizam aproximadamente 373 milhões de dólares, o equivalente a cerca de 23,8 mil milhões de meticais, conforme a taxa de câmbio atual.

Os dados apresentados resultam das informações fornecidas por empresas que, ao longo de uma semana, reportaram faturas em atraso devido à escassez de moeda estrangeira no mercado nacional. No entanto, empresários acreditam que o montante real possa ser ainda maior, visto que novas submissões continuam a ser feitas. Segundo a CTA, as faturas pendentes já ultrapassam 402 milhões de meticais.

De acordo com Evaristo Madime, Presidente do Pelouro da Indústria na CTA, 63 empresas participaram do levantamento, sendo que 41% pertencem ao setor industrial, 25% à aviação e 21% ao comércio geral.

Os setores mais impactados incluem a indústria, com débitos de 140 milhões de dólares, seguida por outro segmento industrial com 92,5 milhões de dólares, o comércio com 41 milhões de dólares, os seguros com 31,8 milhões de dólares e a saúde com 889,4 mil dólares.

“A atual escassez de divisas não deveria ser tão severa, mas a situação se agrava pelo fato de que a maior parte das receitas dos Grandes Projetos não tem sido repatriada. Para minimizar essa carência e garantir a importação de matérias-primas no valor de 500 milhões de dólares, sugerimos que o Governo incentive as empresas do setor extrativo a repatriar receitas provenientes da exportação desses projetos de grande escala", destacou a CTA.

A organização pretende encaminhar ao Banco de Moçambique documentos que comprovam a escassez de moeda estrangeira no mercado.

“A falta de uma solução imediata para esse problema pode agravar ainda mais a crise econômica do país, reduzindo oportunidades de emprego e intensificando as tensões sociais que já vêm sendo observadas”, alertou a CTA.

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