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O capitão-tenente na reserva, Abdul Machava, destaca a necessidade de o Estado moçambicano reavaliar sua estratégia de segurança diante das ações atribuídas aos supostos Naparamas, responsáveis por ataques nos distritos de Morrumbala e Luabo, na província da Zambézia. Segundo ele, esses ataques demonstram que se trata de um grupo bem organizado e treinado.
Para Machava, os acontecimentos na Zambézia vão além de simples manifestações pós-eleitorais, considerando a maneira como foram conduzidos.
“A violência registrada em Morrumbala e Luabo ultrapassa o âmbito das manifestações associadas a Venâncio Mondlane ou ao PODEMOS”, alerta, acrescentando que esses episódios podem ameaçar a integridade territorial do país.
Ele observa que o nome Naparamas, associado a esses grupos, remete a uma conotação mítica ligada à guerra dos 16 anos, sugerindo uma possível conexão com a história de conflitos armados em Moçambique.
Diante desse cenário, Machava enfatiza que a segurança do Estado está sob ameaça e alerta para a necessidade de evitar erros semelhantes aos cometidos no início da insurgência em Cabo Delgado.
“Não podemos repetir a falha de subestimar grupos organizados. Quando a situação em Cabo Delgado começou, já era evidente que os ataques simultâneos a locais como Auaze e Macomia indicavam uma estrutura bem definida, além de uma atuação que ia além de criminosos comuns”, recorda.
Machava reforça a importância de abordar o tema com seriedade e cautela, ressaltando que os ataques, com a libertação de prisioneiros, o saque de equipamentos e a morte de policiais, evidenciam o preparo e os objetivos do grupo. Ele sugere que há um comando estratégico por trás dessas ações.
O capitão-tenente também defende que, além de focar na estratégia de segurança, é crucial identificar a raiz do problema.
“Moçambique enfrenta fragilidades econômicas, militares e institucionais que precisam ser resolvidas por meio de negociações contínuas, para evitar o surgimento de grupos com interesses próprios”, alerta. Ele ainda destaca o risco de o país entrar em um cenário de ingovernabilidade, semelhante ao que ocorre na Somália e na República Democrática do Congo.
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