Vitano Singano está detido há quase seis meses sem esclarecimentos sobre alegada conspiração contra o Estado

 

Vitano Singano, presidente da Formação Polícia, permanece detido na Cadeia Civil de Maputo há mais de cinco meses, sob acusação de conspiração contra o Estado. No entanto, até ao momento, as autoridades judiciais não forneceram detalhes claros sobre os fundamentos da acusação.

Segundo Nunes Paulo, Secretário-Geral do partido Revolução Democrática, apesar de vários esforços para obter informações sobre o processo, os contornos do caso continuam envoltos em silêncio. “Tudo o que nos foi dito é que se trata de uma situação grave”, afirmou Paulo, em declarações ao jornal Notícias.

O dirigente acusa o sistema de justiça de prolongar deliberadamente o processo. “Parece haver uma intenção de arrastar o caso. Já se passou bastante tempo e continuamos sem um pronunciamento oficial da acusação que permita compreender o rumo do processo e se haverá ou não julgamento”, destacou.

Desde a sua detenção, ocorrida a 8 de novembro de 2024, Singano não teve direito a visitas. De acordo com Paulo, os membros do partido desconhecem completamente o estado físico e emocional do líder. “A última vez que tivemos contacto com ele foi antes de ser levado pelas autoridades. Desde então, qualquer tentativa de visita tem sido negada, com a justificação de que o acesso permanece restrito”, lamentou.

O mandado de detenção foi emitido pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, e a prisão foi executada pela 8.ª Esquadra. Singano é acusado de envolvimento no chamado “Assalto à Ponta Vermelha”, alegadamente ocorrido durante as manifestações que se seguiram às eleições de 2024. As acusações incluem a tentativa de recrutar membros das Forças de Defesa e Segurança, ex-combatentes de um partido político e indivíduos com formação militar, com o objetivo de atacar infraestruturas policiais e militares e desestabilizar a ordem democrática no país.