- Obter link
- X
- Outras aplicações
Em Destaque
- Obter link
- X
- Outras aplicações
Um relatório recente do Observatório Cidadão para a Saúde aponta que a água distribuída para consumo em Moçambique está fortemente contaminada, representando uma ameaça significativa à saúde da população.
O estudo, divulgado em 8 de abril de 2025, revela que o problema afeta várias regiões do país, com maior gravidade nas cidades de Maputo, Matola e Tete. Entre os efeitos mais comuns estão casos de vómitos, diarreias, surtos de cólera e até mortes.
Segundo a análise, falhas no tratamento e na fiscalização da água potável estão na origem do problema, levantando preocupações sobre a atuação do governo. O relatório não se baseia apenas em dados laboratoriais, mas também em relatos de moradores que descrevem a água fornecida como turva e de odor desagradável.
António Mathe, coordenador do Observatório, afirma que as conclusões do estudo já foram encaminhadas às autoridades políticas, esperando-se agora por medidas concretas. Ele destaca que, embora Moçambique tenha aderido à norma internacional ISO 24500 – que estabelece parâmetros de qualidade da água – os testes realizados contradizem os dados oficiais que indicam cobertura de água potável em 84% das zonas urbanas e 39% das áreas rurais.
“Os nossos exames revelaram a presença de água imprópria tanto nas redes públicas quanto privadas, muitas vezes contaminada com bactérias fecais e partículas de ferrugem”, explicou Mathe, ressaltando que essas condições geram sérios riscos à saúde pública.
Ele acrescentou que em várias ocasiões, é possível perceber a má qualidade da água apenas com observação visual, devido à cor escura e ao cheiro. Os testes, realizados em colaboração com o Laboratório Nacional de Água, mostram resultados que diferem substancialmente das estatísticas divulgadas pelo governo.
As províncias de Manica, Cabo Delgado, Nampula e Niassa foram destacadas como as mais afetadas, com episódios recorrentes de contaminação hídrica, surtos de cólera e vítimas fatais.
Mathe reforça que o acesso à água segura e ao saneamento básico são elementos fundamentais para a saúde pública, e esses fatores continuam comprometidos, especialmente no norte do país e em áreas densamente povoadas.
- Obter link
- X
- Outras aplicações
Comentários
Enviar um comentário