"Dívidas Ocultas": Multas serão direcionadas para fundo de compensação

 

A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) decidiu que as multas pagas pelo Credit Suisse, relacionadas ao escândalo das "dívidas ocultas" de Moçambique, serão destinadas a um fundo de compensação para investidores prejudicados. O montante, que soma aproximadamente 105,5 milhões de dólares (cerca de 102,14 milhões de euros), inclui penalidades civis e juros, sendo depositado no "Credit Suisse Fair Fund".

Segundo a SEC, um plano para a distribuição desses recursos será estabelecido até 31 de julho de 2025. Enquanto isso, os valores permanecem sob custódia em contas do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos. A agência reguladora esclareceu que será realizado um processo de notificação e reclamação para identificar os investidores afetados, garantindo que a distribuição seja feita de maneira única, eficiente e econômica.

O escândalo das "dívidas ocultas" remonta a 2013 e 2014, quando o então ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, aprovou garantias estatais para empréstimos contraídos pelas empresas Proindicus, EMATUM e MAM junto ao Credit Suisse e ao VTB Capital, sem o conhecimento do parlamento moçambicano. A descoberta dessas dívidas, em 2016, revelou um rombo de aproximadamente 2,7 mil milhões de dólares (cerca de 2,6 mil milhões de euros), desencadeando uma grave crise financeira no país.

Em 2021, o Credit Suisse concordou em pagar 475 milhões de dólares (459,9 milhões de euros) para encerrar processos judiciais nos Estados Unidos e no Reino Unido, após ser acusado de enganar investidores que adquiriram parte desses empréstimos. Já Manuel Chang, considerado culpado por suborno e desvio de fundos públicos, foi sentenciado a oito anos e meio de prisão por um júri federal nos Estados Unidos, levando em conta o tempo que já havia cumprido.

Fonte:Dw